Em Maringá, uma moradora plantou as sementes misteriosas vindas da China que paranaenses estão recebendo como brindes pelos Correios. Silvia R., de 45 anos, recebeu o pacote de sementes no fim do ano passado, com endereço chinês. Silvia relatou ao GMC Online que achou interessante e resolveu plantar. As sementes nasceram e a planta é bem diferente.
“E uma planta estranha. Ela não dá flor. As sementes chegaram ano passado pelos Correios em nome do meu marido. Como ele era agricultor eu achei que era algo pra gente plantar e eu decidi colocar aqui em casa em um balde. Nasceu muito rápido. A planta cresceu mas ela não tem nada demais. Parece um pé de mostarda”, disse Silvia.
Ela viu o alerta da Adapar para as sementes que estão chegando via Correios em endereços do Paraná e de outros estados como Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. O alerta pede para não plantar e não descartar as sementes pois podem ser ervas daninhas nocivas à agricultura e ao meio ambiente.
A Paranaense agora está preocupada porque a planta misteriosa está soltando sementes.
“Está cheia de sementes. É uma sementinha bem pequena. A gente fica preocupada né agora com esse negócio aqui no quintal”, comentou Silvia.
Ela avisou que vai procurar a Adapar e entregar a planta para que o órgão avalie se a espécie está catalogada no Brasil.
Embalagens de sementes como “brindes” de produtos comprados pela internet, ou até sem o pedido de qualquer encomenda, podem trazer pragas, doenças e plantas daninhas que não existem no País, podem causar graves prejuízos à agricultura e ao meio ambiente.
Para quem receber os pacotes deve procurar uma unidade da Adapar ou do Ministério da Agricultura.
A Secretaria de Estado de Saúde está monitorando os casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma doença considerada rara e que pode estar associada ao coronavírus. Os sintomas costumam aparecer até quatro semanas após a exposição ao vírus em crianças e adolescentes de zero a 19 anos.
Com objetivo de identificar se a síndrome pode estar relacionada à Covid-19, o Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), emitiu em maio um alerta orientando sobre o manejo clínico e a importância da identificação precoce dos casos de SIM-P no Brasil.
Em julho, o ministério publicou a notatécnica nº 16/2020-CGPNI/DEIDT/SVS/MS, que orienta sobre como a notificação deve ser realizada pelos serviços de saúde ao identificar crianças ou adolescentes que preencham a definição de caso através dos sinais e sintomas mais comuns.
“Trata-se de uma medida de vigilância em saúde. É muito importante que os serviços de saúde notifiquem no sistema sobre os possíveis casos desta doença, prestando atenção nos sintomas, principalmente se a criança ou o adolescente tiveram a confirmação laboratorial de coronavírus, pois isso pode remeter à hipótese de associação entre a SIM-P e a Covid-19”, disse o secretário da Saúde, Beto Preto.
SINTOMAS – Os sintomas são febre persistente, conjuntivite, edema em extremidades, manchas no corpo, dor abdominal, manifestações gastrointestinais (vômito e diarréia) e elevados marcadores inflamatórios, sendo que os sintomas respiratórios nem sempre estão presentes.
NÚMEROS – No Brasil, até 22 de agosto, dados do Ministério da Saúde mostram que foram notificados casos de 197 crianças e adolescentes de zero a 19 anos. Destes, 14 morreram em função da SIM-P temporalmente associada à Covid-19. No Paraná, até esta terça-feira (22), foram notificados 10 casos, de acordo com levantamento da secretaria estadual da Saúde – seis do sexo masculino e quatro do feminino, com idade entre três a 16 anos. Quatro já tiveram alta hospitalar, três foram a óbito e três permanecem em investigação. Os casos ocorreram nos municípios de Curitiba (7), Fazenda Rio Grande (1), Realeza (1) e Medianeira (1).
Em mais um dia rotineiro de trabalho, Beatriz Galindo, moradora de Curitiba, estava saindo do seu escritório para o almoço quando avistou uma nota de R$ 200 na rua. Depois de quase passar reto, por pensar que se tratava de uma nota falsa, ela se lembrou que a cédula foi lançada recentemente pelo Banco Central e voltou atrás.
Ao pegar a nota no chão, percebeu que na verdade eram duas, dobradas junto a um boleto. Após procurar o dono no local e no Facebook, sem sucesso, ela decidiu pagar a conta em uma lotérica.
“Eu não precisei pensar duas vezes, quando vi que não ia encontrar o dono tão fácil, a única coisa a fazer era pagar o boleto, é a resposta óbvia para essa questão”, contou Beatriz
Ela ainda ficou chocada com os elogios que recebeu ao fazer um post tentando encontrar o dono das notas e do boleto no grupo Clube da Alice, do Facebook.
Quando ela finalmente encontrou Raul, que tinha perdido as notas, as boas intenções valeram a pena.
“Eles [Raul e sua família] ficaram super felizes, eu enviei o comprovante e descobri que eles tinham pedido uma reemissão do boleto, para poder pagar da mesma forma. Como eu mandei o comprovante, acredito que eles consigam um reembolso do valor”, contou.
Como forma de agradecimento, Danielle, esposa de Raul, foi ao escritório de Beatriz alguns dias após o caso para dar a ela alguns brigadeiros.
Curitiba vem da expressão “kur yt iwa”, e quer dizer “grande quantidade de pinheiros” na linguagem dos índios.
Nossa Senhora da Luz dos Pinhais foi o primeiro nome de Curitiba.
Coritiba já foi uma das grafias do nome da cidade, mas hoje é nome de um dos clubes de futebol curitibanos.
A cidade tem duas datas de aniversário, a correta seria em 29 de março, mas a data mais festejada é 8 de setembro, dia da padroeira Nossa Senhora da Luz.
A capital paranaense detém os títulos de Capital Ecológica do Brasil e cidade mais sustentável ambientalmente da América Latina.
Curitiba é a capital brasileira onde o sol menos aparece.
Curitiba é a capital mais fria do Brasil. Com registro de neve nos anos de 1975 e 2013, a temperatura da cidade chegou a -6ºC.
Contrariando a fama de antipáticos dos seus moradores, um dos apelidos de Curitiba é “Cidade Sorriso”.
Quem caminha pelas ruas da cidade já deve ter se encontrado com um cara de sunga vermelha e corpo coberto de óleo. Trata-se de Nelson Rebello, conhecido como Oilman, que criou o personagem inspirado nos atores Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone, entre outros.
Santa Felicidade é um bairro dedicado à gastronomia italiana e concentra grandes restaurantes, cantinas e vinícolas.
O edifício Miguel Calluf, localizado na esquina da avenida Marechal Floriano Peixoto com a rua Cândido de Leão, em frente a praça Tiradentes, será revitalizado. O prédio, inaugurado em 1954 como o luxuoso Lord Hotel, é considerado patrimônio histórico da cidade e teve como inspiração o Flatiron Building, primeiro arranha-céu de Nova York. Mais tarde, em 1990, foi transformado no Hotel Eduardo VII.
Ao longo dos anos, o edifício passou por modificações, segundo estudo feito pelos restauradores responsáveis pela revitalização. Uma delas foi a reforma do pavimento térreo em 1973, mas com o acervo mobiliário original vai ser possível recompor a ambientação de alguns espaços como eram na obra original.
Nos anos 2000 o edifício teve suas atividades paralisadas e foi mantido fechado até agora. A previsão de término da reforma é para o fim de 2021 com nome de Viva Curitiba e vai contar com serviços de co-living, coworking, academia, restaurante e café para os moradores e hóspedes. O Chef Dudu Sperandio vai comandar a cozinha, o café e o rooftop que serão abertos ao público.
A responsável pelo empreendimento é a paranaense VR Investimento. A startup Housi, será responsável pela gestão e administração e promete que o serviço de aluguel será sem burocracia.
“A Housi é uma plataforma de moradia por assinatura, que acompanha o consumidor onde ele estiver, sem burocracia, tudo de forma digital”, explica Alexandre Frankel, CEO da Housi.
A Housi faz contato direto com o locatário por meio de app próprio e é responsável também pela resolução da manutenção, limpeza e outras questões relacionadas aos imóveis.
Raoni rebate discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU
O cacique Raoni Metukture se manifestou neste sábado (26) sobre o discurso que o presidente Jair Bolsonaro fez na Assembleia das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira (22). Na ocasião, Bolsonaro elogiou a política do governo para o meio ambiente, disse que o Brasil é vítima de deseinformação e afirmou que os incêndios na Amazônia são causados “pelo índio e pelo caboclo, que queimam seus roçados”.
Raoni foi até Sinop, no norte do estado, para realizar exames do coração e procurou a imprensa para defender os indígenas dos ataques sofridos.
“Não aceito. Ele diz no jornal que índio está botando fogo no planeta, isso é pura mentira. São os próprios fazendeiros. Alguns fazendeiros prejudicam a mata, a natureza. Madereiros, garimpeiros … Eles que estão botando fogo no planeta”, disse o líder indígena.
O Cacique disse ainda que sempre teve apoio de outros presidentes para defender e preservar o meio ambiente por meio de políticas públicas. No entanto, segundo ele, a partir deste ano, não conseguiu mais discutir essas questões devido à falta de diálogo com o atual presidente.
“Somos os primeiros habitantes nessa terra e depois o homem branco que já vem destruindo a vida e a natureza, isso me preocupa. Quero dizer aqui pra vocês, que ex-presidentes que já sentaram no cargo como: Tancredo Neves, Sarney, Color… Todos que passaram nunca houve desentendimento comigo. Nunca tiveram problema. Estes presidentes acolheram minhas demandas, de preservar a natureza”, disse.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Em discurso na ONU, Bolsonaro diz que índios e caboclos promovem queimadas
O discurso de Bolsonaro na Assembleia da ONU foi proferido em um contexto de intensas queimadas que assolaram o Pantanal nas últimas semanas. O bioma teve em setembro o recorde histórico de focos de incêndio para o mês. Na Amazônia, principal alvo de preocupação da comunidade internacional, os alertas de desmatamento subiram 34% de agosto de 2019 a julho de 2020, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No discurso, Bolsonaro disse que a floresta amazônica é úmida. Por isso, segundo ele, o fogo não se alastra pelo interior da mata.
“Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas. Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação”, declarou o presidente.
Luta pelo meio ambiente
O cacique Raoni é reconhecido ambientalista e defensor dos direitos dos povos indígenas. Ele é o líder do grupo Kayapó mais antigo, que vive em aldeias espalhadas nos estados do Mato Grosso e Pará.
Sua incansável luta por demarcação de terras e proteção da Floresta Amazônica o levou a ganhar o respeito e admiração não apenas de seu povo, mas de todas as comunidades indígenas brasileiras, além de chefes de estado estrangeiros, como Emmanuel Macron e ambientalistas.
Raoni ganhou projeção internacional nos anos 1980, liderando uma campanha global ‘Save de Rainforest’ (Salve a Floresta), juntamente com o músico Sting. Eles visitaram 17 países de abril a junho de 1989. A campanha foi muito bem sucedida e deu ao cacique Raoni a oportunidade de aumentar a conscientização mundial sobre desmatamento. Doze fundações para proteção da Floresta foram criadas para angariar fundos para a criação de uma reserva contínua abrangendo a Bacia do Alto e Médio Rio Xingu, entre o Mato Grosso e o Pará.
As dezenas sorteadas foram: 03 – 07 – 17 – 20 – 48 – 50. Quina teve 145 apostas ganhadoras; cada uma receberá R$ 28.857,20.
Por G1
26/09/2020 20h31 Atualizado há 3 minutos
Aposta única da Mega-Sena custa R$ 4,50 e apostas podem ser feitas até às 19h — Foto: Marcelo Brandt/G1
A Caixa fez neste sábado (26) em São Paulo o sorteio do concurso 2.303 da Mega-Sena. As dezenas sorteadas foram as seguintes: 03 – 07 – 17 – 20 – 48 – 50.
Ninguém acertou as seis dezenas, e o prêmio, que poderia pagar R$ 50 milhões a quem acertasse todos os números, acumulou. A previsão é de que o próximo sorteio, na quarta-feira (30), pague R$ 60 milhões.
A quina teve 145 apostas ganhadoras; cada uma receberá R$ 28.857,20
A quadra teve 8.431 apostas ganhadoras; cada uma levará R$ 708,99
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, com preço de R$ 4,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Benício Esmanhoto Hoffmann, curitibano de 7 anos, conta que não esperava que o gesto de honestidade gerasse tanta repercussão. Dono do veículo disse que só viu o risco na lataria por causa do recado do garoto.
Por Natalia Filippin, G1 PR — Curitiba
20/09/2020 18h25 Atualizado há uma hora
Menino de 7 anos que caiu de bicicleta, riscou veículo e deixou bilhete pedindo desculpas ao dono — Foto: Arquivo pessoal/Marcel Weiss Hoffmannhttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
O sorriso sincero com alguns dentinhos faltando demonstra a pureza de quem, desde muito cedo, leva consigo valores de sobra. Benício Esmanhoto Hoffmann, de 7 anos, estava andando de bicicleta com o pai na rua, em Curitiba (PR), quando se desequilibrou e bateu com o guidão em um carro.
Em entrevista ao G1, Benício contou que, logo que ocorreu a situação, voltou para casa pensando em como pagar com seu próprio dinheiro.
“Na hora eu pensei: vou parar de andar bicicleta e pronto, acabou minha vida de ciclista. Eu fiquei anos juntando um pouquinho [de dinheiro] e daí tudo isso ia ser despejado em uma coisinha só. Fiquei preocupado, mas o bem sempre vai e volta, vai e volta, vai e volta”, disse o menino.
Bilhete com pedido de desculpas viraliza na internet
Criança juntou dinheiro para pagar
Marcel Weiss Hoffmann, pai de Benício, disse que o filho sempre reúne as moedas que ganha no dia a dia ou como presente em datas comemorativas, como no Natal — a criança queria usar seu dinheiro para pagar o conserto.
“Ele ficou muito incomodado, ficou perguntando se ia custar caro. Ele até juntou um trocadinho dele e ficou se lamentando que o dinheirinho dele não ia dar para pagar”, disse Marcel.
O pai diz que ficou angustiado em ver o filho tão decepcionado após arranhar o carro e querendo resolver o problema o quanto antes.
“Ficamos pensando no que fazer, não queríamos colocar no grupo da rua porque não tinha sido algo grave, ninguém tinha se machucado, né. Pegamos papel e caneta, e ele começou a escrever. Para nós foi uma história bem simples e corriqueira. No final do dia, o vizinho mandou uma mensagem falando que achou bem fofo o bilhete, mas que não precisava pagar nada”, comentou o pai.
A sensação de fazer o correto
Benício relatou que em nenhum momento pensou em “fugir” das responsabilidades. Segundo ele, o mundo já está “ruim demais para mais pessoas fazerem o mal”.
“Para esse momento, em plena pandemia, isso tem que servir para fazer o bem. Essa sensação depois é ótima. A gente já está com pouca água, com coronavírus, tem bandidos roubando, tudo fechado, melhorar não piorar. A situação já está quase impossível. A ação do Marcelo [dono do carro] também foi boa por não ter pedido o pagamento”, pontuou o garoto.
Dono do carro disse que nem notou o risco na lataria, em Curitiba — Foto: Reprodução/RPC
Fama repentina
Ao encontrar o bilhete, o dono do carro, Marcelo Martins, postou uma foto do pedido de desculpas em uma rede social. A foto, de domingo (13), teve mais de 350 mil curtidas e 42 mil compartilhamentos.
Em entrevista à RPC, Marcelo afirmou que foi surpreendido pelo gesto do menino.
“A gente acha que alguém que bate no seu carro pode sair correndo, ainda mais nesta idade, mas eu achei um gesto de uma doçura, de uma honestidade grande. Eu procurei de todos os lados, meu carro estava meio sujo e nem reparei. Se não fosse o bilhete eu nem tinha notado”, disse Marcelo.
Benício contou que não esperava que o vizinho fosse fazer a publicação e se assustou com a repercussão.
“Aconteceram rápido as coisas aqui. A primeira reação quando vi que rolou isso na internet foi: ‘O quê?!’ Para mim, foi estranho. Eu fiquei impressionado, foi um susto ficar famoso do nada. Quando eu quis pagar, ele não quis cobrar de mim. É o segundo amigo que eu faço no mesmo ano aqui. Deu boa”, afirmou o menino.
A foto teve mais de 350 mil curtidas e 42 mil compartilhamentos — Foto: Reprodução
Pai orgulhoso
O pai do Benício afirmou que, mesmo conhecendo o jeito do filho e a educação que sempre buscou oferecer a ele, ficou contente com a atitude.
“Sempre foi um menino muito bom, carinhoso, atencioso, preocupado com os outros. Ele não sabe se quer ser juiz ou não porque ele tem medo que, no futuro, o juiz vai ser substituído por robôs. Ele sempre foi uma criança muito correta e me dá bronca quando eventualmente excedo a velocidade, por exemplo”, disse o pai.
Marcel Hoffmann comentou ainda que o que ele e a mãe de Benício buscam é que o filho sempre tenha segurança neles quando surgir um problema, que ele não precisa fugir da situação delicada.
“Quando a gente vê que ele se responsabiliza pelas ações assim, ficamos felizes. Ele sempre andou bem de bicicleta, sempre gostou. Só tombinho normal da idade. Ele anda sem as rodinhas [da bicicleta] desde os 3 anos. Pegou em casa aquelas bicicletinhas sem pedal e enlouqueceu de felicidade, fez questão que eu tirasse as rodinhas e o pedal da bicicleta dele”, relatou.
Por causa do isolamento, sem poder viajar e com sol quase todos os dias na capital do Paraná, andar de bicicleta é e vai continuar sendo a atividade do pai e do filho, segundo eles.
“Foi assustador, mas passou. Agora vamos seguir a vida e tomar mais cuidado”, concluiu Benício.
Benício, de 7 anos, deixou um bilhete após riscar carro sem querer, em Curitiba — Foto: Reprodução/RPC
Ela era professora da educação infantil e ele, motorista da Secretaria de Saúde em Xanxerê. Os dois ficaram internados na mesma UTI por quase duas semanas.
Por Valéria Martins, G1 SC
20/09/2020 15h38 Atualizado há uma hora
Mãe e filho com coronavírus morreram em intervalo de 8 horas no Oeste de SC — Foto: Redes sociais
Mãe e filho diagnosticados com o novo coronavírus morreram em intervalo de 8 horas após ficarem internados na mesma ala de unidade de terapia intensiva em Xanxerê, no Oeste catarinense, por quase duas semanas.
Segundo a prefeitura de Xanxerê, a professora Erenita Isotton, de 60 anos, morreu às 19h30 de sábado (19) e o filho dela, Ademar Isotton Júnior, de 32 anos, morreu às 3h30 deste domingo (20).
Ademar foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital regional São Paulo em 4 de setembro. Quatro dias depois, a mãe dele precisou ser internada na mesma ala de UTI. Ambos tinham comorbidades, não detalhadas pela Secretaria de Saúde, e tiveram a causa da morte confirmada para Covid-19.
Eles eram funcionários públicos municipais: ela professora do ensino infantil e ele, motorista da Secretaria Municipal de Saúde.
Colegas de trabalho e amigos lamentam perdas
Erenita foi professora por 30 anos, também trabalhou na Secretaria municipal de Cultura e estava se preparando para a aposentadoria, segundo a Secretaria Municipal de Educação, que emitiu nota destacando a alegria da servidora no relacionamento com alunos, colegas e familiares.
“Erenita foi professora, colega, amiga e uma excelente profissional. Desejamos que Deus a receba em seus braços com o mesmo amor e carinho com que diariamente ela recebia seus alunos”, diz a nota.
Já Júnior, como o filho de Erenita era conhecido por familiares e amigos, era motorista da secretaria de Saúde havia 10 anos. Também em nota, a Secretaria de Saúde da cidade lamentou a morte e lembrou da dedicação dele ao trabalho e aos colegas.
“‘Funcionário dedicado e exemplar, Junior estava sempre disposto a colaborar, sempre com um sorriso no rosto, com bom humor, auxiliando a todos. […] Que Deus possa dar o conforto à família neste momento de dor”, informa a nota.
Erenita deixou, além de amigos, dois filhos. Júnior deixa os irmãos, pai, além de colegas e outros familiares.
SC ultrapassa 205 mil casos de Covid-19 e registra 2.635 mortes
Coronavírus em SC
Até a tarde de sábado (19), Xanxerê tinha registrado 27 mortes por coronavírus e total de 2.017 diagnosticados, segundo último boletim do governo estadual.
Em todo estado de Santa Catarina são mais de 205 mil casos confirmados e 2.635 mortes.
‘Ar-condicionado no quinze’ e tudo fechado? Com o coronavírus na área, nem pensar. Para evitar a transmissão pelo ar, o jeito será recorrer a janelas abertas e ventiladores.
Por BBC
20/09/2020 08h40 Atualizado há 13 horas
Riscos de uso do ar condicionado durante pandemia de coronavírus ganharam atenção com estudo sobre restaurante chinês e discussão sobre a transmissão pelo ar
A cada verão que passa, mais aparelhos de ar-condicionado são comprados no Brasil — nos últimos anos, esse mercado tem crescido no país, apesar da crise econômica e da queda no consumo impactando a venda de outros produtos.
Mas depois da pandemia de coronavírus de 2020, há dúvidas se, com o calor que se aproxima, poderemos ligar esses milhões de aparelhos que estão nas nossas casas, pequenos comércios, lojas, shoppings, carros e transporte público. Afinal, há cada vez mais indícios da transmissão do vírus pelo ar, e em julho um estudo da China surpreendeu ao apontar o ar-condicionado de um restaurante como vilão na infecção de 10 pessoas de três famílias diferentes almoçando ali.
Se você já está suando frio com a possibilidade de não poder usar estes aparelhos, adiantamos logo algumas respostas obtidas com especialistas entrevistados pela BBC News Brasil.
Primeiro, o ar-condicionado em si não é o vilão, mas sim o confinamento coletivo — ou seja, seu uso em ambientes fechados, em que há pouca ou nenhuma circulação de ar, com presença de outras pessoas que podem estar infectadas.
Por isso, com o coronavírus circulando, deixar portas e janelas fechadas enquanto o ar está ligado não é aconselhável. No cenário atual, deverá ser necessário apelar para aparelhos que convivam melhor com estas aberturas, como ventiladores e climatizadores; ou usar o ar-condicionado com frestas abertas; ou ainda o ar-condicionado associado a ventiladores e janelas abertas.
Isso a não ser que o sistema de refrigeração em questão inclua equipamentos de renovação mecânica — o que, segundo especialistas, seria o ideal, mas exige planejamento e altos custos de manutenção, sendo raramente visto no Brasil.
Vamos às explicações — mas vale antes lembrar que ainda há muito a ser conhecido sobre o vírus e estudos em curso, portanto elas não são definitivas.
O restaurante chinês: ar-condicionado central, exaustor e sem janelas
O artigo científico sobre o restaurante chinês que colocou o ar-condicionado sob holofotes foi publicado por pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Guangzhou no periódico científico Emerging Infectious Diseases, editado pelos CDCs (Centros de Controle de Doenças) dos Estados Unidos.
Eles rastrearam pessoas que almoçaram no dia 24 de janeiro em um restaurante de cinco andares, sem nenhuma janela, com exaustores e ar-condicionado central (sistema capaz de climatizar vários ambientes a partir de um único equipamento; os modelos variam em porte e na tecnologia empregada pra distribuir o ar frio, sendo comumente encontrados em bancos, supermercados e shoppings).
Um cliente, ainda assintomático, tinha viajado de Wuhan, cidade chinesa em que o vírus começou a infectar humanos, para Guangzhou, onde fica o restaurante. Ele e sua família se sentaram em uma mesa ao lado de outras duas, com distância de cerca de um metro entre elas. As três mesas estavam na reta de um aparelho de ar condicionado.
Pesquisadores chineses rastrearam casos de infecção em 10 pessoas que almoçaram em restaurante de Guangzhou, onde havia ar condicionado central e nenhuma janela — Foto: Reprodução /Emerging Infectous Diseaseshttps:/
Ao longo dos dias seguintes, o cliente vindo de Wuhan e mais nove pessoas presentes nessas três mesas foram diagnosticadas com covid-19.
Os autores defenderam que a transmissão do coronavírus seja explicada não só pelas gotículas de material infeccioso (como a saliva de uma pessoa contaminada), que têm tamanho maior, correm distâncias menores e duram menos tempo no ar, mas também pelos aerossóis, partículas menores do material infeccioso que ficam suspensas no ar por mais tempo e têm alcance mais distante.
No caso do restaurante em Guangzhou, os pesquisadores dizem que não há certeza que a infecção tenha ocorrido por meio dos aerossóis, já que outros clientes e funcionários no mesmo ambiente não foram infectados. Mas eles sugerem que os aerossóis possivelmente estavam mais concentrados na área das mesas próximas, carregados por correntes do ar condicionado.
A conclusão do artigo recomenda que restaurantes aumentem a distância entre as mesas e melhorem a ventilação.
Diversos cientistas criticam que autoridades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão subestimando o potencial transmissivo dos aerossóis (leia: Cientista critica visão da OMS sobre contágio pelo ar: ‘Não deixam a gente se proteger direito’). Em julho, um grupo de mais de 200 pesquisadores escreveu uma carta defendendo o reconhecimento dessa via de transmissão.
Uma das autoras da carta, Lidia Morawska, professora da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, respondeu à BBC News Brasil por e-mail não acreditar que os aparelhos de ar-condicionado sejam um problema ou risco em si, e sim a falta de ventilação — que ajuda a diluir contaminantes.
“Não ter ventilação significa a não retirada de partículas infectadas de ambientes internos. O ar pode ser condicionado — o que significa ser esfriado ou aquecido —, mas uma ventilação eficiente precisa ser garantida”, escreveu Morawaska, também consultora da OMS sobre qualidade do ar
Falando do artigo sobre o restaurante chinês, ela mencionou também o direcionamento do ar.
“As correntes de ar estavam passando pela pessoa infectada e carregaram o vírus para outras pessoas. O mesmo acontece em aviões, por exemplo, onde a corrente de ar é unidirecional, e em outras situações. A questão é a direção da corrente de ar, que pode ser induzida por diferentes fatores, como uma porta aberta.”
Cuidado com ventilação e qualidade do ar é pouco comum no Brasil, apontam entrevistados
Entretanto, ao menos no Brasil, é comum que as pessoas se preocupem simplesmente com que o ar-condicionado abaixe a temperatura, e não com as condições de ventilação ou qualidade do ar, diz Oswaldo Bueno, engenheiro e consultor da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Aparelhos mais simples, como do tipo minisplit, não apenas se valem da recirculação do ar — ou seja, pegam o “mesmo” ar de um ambiente para reciclá-lo, o que é um problema se este estiver contaminado —, como normalmente não vêm acompanhados de mecanismos de renovação mecânica do ar. No caso de aparelhos de janela, alguns modelos têm a opção da renovação, mas nem todos.
Até existem opções no mercado de aparelhos para fazer isso, como insufladores (que incluem filtro e ventilação) e caixas de ventilação, mas é “raríssimo” que isso seja uma preocupação em casas ou pequenos negócios, diz Bueno. E deveria ser alvo de maior atenção mesmo antes da covid-19, pois o ar pode concentrar outros vírus, bactérias e fungos, além de gases tóxicos.
“O grande mercado brasileiro hoje é o das pequenas instalações, sejam residenciais ou comerciais. Imagina um consultório de dentista: ele vai ter uma pequena máquina funcionando. Essa máquinas representam cerca de 75% de todo e qualquer equipamento no mercado brasileiro. E todas vezes que essas máquinas são instaladas, não há preocupação com o ar externo”, explica o engenheiro, recomendando que, com a pandemia, esses aparelhos sejam usados com janelas e portas abertas, e até mesmo junto com ventiladores perto destas, ainda que isso faça os ambientes ficarem menos frios que o ideal.
Erick Campos, engenheiro mecânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), do campus de Governador Valadares, escreveu um relatório justamente sobre os impactos da pandemia nos sistemas de ar condicionado na realidade brasileira, em conjunto com o professor Bruno Augusto Guedes, também da UFJF.
Campos diz que, mesmo em cenários em que a ventilação não foi prevista, uma nova adaptação para tempos de covid-19 pode ser inviabilizada por custos, não só com a instalação mas também com o maior gasto de energia. Afinal, a renovação retira ar mais frio e insere o ar externo, geralmente mais quente, então o trabalho para refrigerar é maior. Isso significa também que em muitos casos a potência dos aparelhos pode ser insuficiente para tal adaptação, já que originalmente não foi calculada a entrada de mais ar externo.
“As informações disponíveis indicam que é arriscado usar o ar-condicionado sem esse sistema de ventilação. O risco é que os aerossóis aumentem sua concentração naquele ambiente, e uma pessoa que aspire estas partículas pode ser contaminada. A solução é contraintuitiva, como usar o ar-condicionado com janelas e portas abertas ou, se possível, buscar alternativas para o ar-condicionado por um tempo”, afirma o engenheiro da UFJF, sugerindo ventiladores e climatizadores (ou refrigeradores evaporativos), que convivem melhor com ambientes abertos.
Ele pondera, entretanto, que em casas onde vive uma família os riscos de transmissão acontecem em várias situações, e o contato continua sendo mais importante para a transmissão do coronavírus do que uma eventual transmissão por meio das correntes de ar condicionado. Por isso, em todos os casos, o uso de máscaras e o distanciamento continuam sendo fundamentais.
A importância da ventilação vale também para carros e ônibus, embora alguns veículos tenham no seu sistema de climatização a opção de renovação do ar, com troca entre o interno e externo.
Em relação aos filtros convencionais, que normalmente retêm contaminantes nos aparelhos, as evidências indicam que, para o coronavírus, eles não são tão eficazes — pois o patógeno é leve o bastante para ser aspirado pelo ar-condicionado e ao mesmo tempo pequeno para atravessar os filtros, explica Campos.
Mas Bueno lembra que os filtros são importantes também para conter partículas de outros patógenos e também da poluição, o que contribui para a proteção do sistema respiratório das pessoas — ainda mais os filtros mais eficazes, com eficácia mínima de 50% para partículas menores que 0,4 µm. Entretanto, aparelhos simples como o minisplit tampouco têm filtro, e sim uma tela de proteção que, segundo os especialistas, é insuficiente.
Adaptações em shoppings
Já sistemas maiores, como em prédios comerciais ou shoppings, costumam ter mecanismos de renovação do ar — em que o ar “usado” é extraído do ambiente interno e canalizado para uma unidade de tratamento, geralmente no telhado, onde há mistura com ar fresco.
Esses sistemas costumam permitir até mesmo a regulação da quantidade de ar fresco que será injetada no prédio. No contexto de pandemia, quanto mais, melhor — mas isso traz também mais gastos com energia.
Bueno lembra que o ar externo é tão importante pois sua limpeza acontece naturalmente, com a ajuda da chuva e dos ventos.
Mesmo em locais com renovação mecânica, a abertura para o ar externo também é desejável — em uma cartilha da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, recomenda-se por exemplo que as portas dos shoppings permaneçam abertas e que exaustores em sanitários e cozinhas operem em nível máximo de vazão de ar.
“Instalações completas, funcionando de acordo com seu projeto, tendo plano de manutenção e controle, são saudáveis e vão proteger. Foi prevista a filtragem e a renovação do ar”, explica Oswaldo Bueno, apontando que sistemas de climatização em áreas públicas costumam ser submetidos a mais normas e leis, desde seu planejamento.
Segundo uma lei federal de 2018, todos os ambientes de uso público e coletivo com ar condicionado devem ter um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), com controle por exemplo de níveis de concentração de poluentes, um indicador sobre a qualidade do ar. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a fiscalização do plano é de responsabilidade de órgãos de vigilância locais, e não há dados nacionais sobre autuações e multas.
A perspectiva é que o país tenha mais e mais aparelhos de ar-condicionado com o passar dos anos, segundo o relatório internacional The future of cooling, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), publicado em 2018. Em 2016, o Brasil tinha aproximadamente 27 milhões de aparelhos de ar-condicionado, incluídos aí residenciais e comerciais. A previsão é que, em 2050, o número chegue a 165 milhões de aparelhos.
Mas o país está longe da liderança mundial — apenas China, Japão e Estados Unidos concentram dois terços de todos os aparelhos do mundo.