
O grupo mineiro Skank noticiou, hoje, sua separação, sem previsão de volta. Também foi anunciada uma última turnê em 2020 (Skank 30 ANOS) revisando toda a carreira.
Nos 30 anos de carreira, o Skank lançou 10 discos de estúdio e colecionou sucessos. O quarteto resolveu anunciar uma parada ao final de 2020 alegando necessidade dos músicos “fazerem uma pausa e irem para a praia testarem-se fora da única formação que conheceram desde que se juntaram para fazer um som em 1991”. E dizem que não houve briga nem nada que pesasse para essa decisão. “Somente um desejo por experimentação, por correr riscos e buscar outras formas de realização sem ser como Skank”.
“Não precisa nem da decadência, nem da guerra para terminar alguma coisa”, diz o vocalista e guitarrista Samuel Rosa.“É um grande desafio pessoal para cada um. Pode ser extremamente saudável nos reinventarmos, tentarmos coisas diferentes, ter esse espaço para liberdade criativa”, afirma o tecladista Henrique Portugal.
A turnê em comemoração às três décadas de banda será embalada por coletânea de 30 hits da carreira e uma canção inédita. As datas serão anunciadas em janeiro.
“(Chegou a hora de) Cada um olhar para si. É hora de experimentarmos, ainda que demos com os burros n´água. Quero me testar fora do Skank, me ver em um círculo de músicos fora do que sempre transitamos. Há muito ainda a descobrir”, diz Samuel.
“Nosso grande compromisso é com o público e no cuidado com a carreira. Não acreditamos que é preciso estar em baixa para dar uma parada, não precisa ser trágico, nem problemático”, diz o baixista Lelo Zaneti.
“Quando parávamos era por seis meses. E ficávamos esses meses em estúdio para gravar um disco. Quando falei para pessoas próximas, a reação foi: ‘Até que enfim você vai descansar’. E quem disse que eu quero descansar?” (risos), afirma o baterista Haroldo Ferretti. “Mas o bom é inimigo do ótimo. Então vamos parar enquanto está bom pra cacete”, afirma.
“Mesmo que o Skank tenha tido mudanças dentro de sua estética até agora, certas coisas são impossíveis de mudar quando se trata de uma relação dos mesmos quatro indivíduos. Quem sabe se hoje individualmente não sejamos melhores do que coletivamente?”, questiona Samuel.
Henrique segue a mesma linha de raciocínio: “É legal ver nos shows atualmente uma nova geração, pessoas que conheceram a banda recentemente. É resultado de prezarmos pela qualidade e não pela quantidade. Dessa forma, conseguimos ter músicas conhecidas nas três décadas. Isso até hoje permitiu que não nos tornássemos covers de nós mesmos”.